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Conheça os novos tratores da Case IH

12 de julho de 2021

Conheça os novos tratores da Case IH

Primeiras unidades do Magnum AFS Connect estão sendo entregues neste mês. Preço depende da faixa de potência, mas gira em torno de R$ 1,5 milhão

Os novos tratores de alta potência Magnum AFS Connect, fabricados pela Case IH e voltados para os médios e grandes produtores de grãos – como soja e milho -, algodão e cana, prometem uma experiência de conectividade total entre máquina, operador, produtor, agrônomo e concessionário.

Os tradicionais Magnum, lançados no Brasil no final da década de 1990, agora saem de fábrica equipados com monitor, sistema operacional, receptor e hardware novos que permitem a transmissão em tempo real de dados agronômicos e da máquina para o gestor, além do compartilhamento com parceiros e empresas.

A linha de tratores tem agora duas novas potências, 380 e 400, que se juntam à família de 260, 290, 315 e 340 cavalos, projetando economia de combustível. A versão 235 deixa de ser produzida. A transmissão desenvolvida para esses modelos é de 21 marchas para frente e 5 atrás.

“A geração anterior do Magnum gravava as informações, mas era preciso fazer muitas verificações in loco e extrair os dados com um pendrive para analisar em um computador. Agora, os dados são transmitidos diretamente para a nuvem e podem ser acessados a qualquer distância, gerando mais eficiência à operação”, diz Silvio Campos, diretor de marketing de produto da Case IH, acrescentando que, mesmo se não houver internet, os dados podem ser gravados por sete dias e são transmitidos assim que o trator achar sinal.

O diretor aposta que a conectividade rural, hoje ainda um desafio no campo, vai dar um salto nos próximos anos tão acelerado quanto foi a mudança do celular simples para o smartphone, abrindo cada vez mais espaço para as máquinas conectadas.

Segundo o executivo, além das informações instantâneas, o produtor ou seu agrônomo poderão comparar os dados históricos de produtividade, plantio e outros gerados no Magnum para tomar decisões que melhorem a performance de sua lavoura.

A telemetria vai permitir ainda que a fábrica ou concessionária preste serviços remotos de assistência técnica ao equipamento. O diagnóstico remoto pode ser usado para manutenção de software à distância, para indicar ao técnico qual peça precisa ser trocada e para criar alertas prevenindo sobre a necessidade de revisão.

 

“Dedo-duro”

A tecnologia embarcada no Magnum também tem a função “dedo-duro”, ou seja, o gestor pode acessar à distância o visor da cabine e ver se o operador está seguindo as orientações de velocidade e outras ações planejadas.

Campos acredita que dois fatores vão impulsionar rapidamente a adoção da nova linha Magnum pelo produtor. O primeiro é o fato de a curva de adoção de novas tecnologias ser muito acentuada no Brasil. Ele dá como exemplo o piloto automático, que demorou três anos para chegar ao país, mas imediatamente passou a ser parte fundamental da operação nas fazendas.

O segundo fator é que o produtor está apto a valorizar os benefícios gerados por novas tecnologias devido à rentabilidade atual das lavouras. “Não temos a tempestade perfeita de 2013, melhor ano de venda de máquinas agrícolas da história, mas o momento é muito bom para a renovação da frota”, diz o diretor.

 

Design

O design dos novos tratores é tratado como um diferencial de muito peso pela Case IH. A máquina herdou as linhas do trator autônomo, conceito apresentado pela marca em 2017, com faróis em LED e iluminação de 360 graus para operações noturnas.

Na cabine, o apoio de braço tem oito botões de controle e alavanca multifuncional que permite ao operador controlar 85% das funções do trator com apenas uma mão. É equipada com ar condicionado e o assento do operador tem suspensão própria para o conforto nas longas jornadas de trabalho.

“Nos últimos 15 anos, a evolução das máquinas agrícolas deu um salto que o automóvel demorou 30 anos para dar. O acabamento do novo Magnum não fica devendo nada para um carro de luxo”, afirma Campos.

O desenvolvimento da máquina americana foi tropicalizado, ou seja, durante os testes, o trator foi submetido às condições mais duras no Brasil, com duas safras e carga horária de trabalho maior que nos Estados Unidos.

Segundo o diretor da Case IH, há 15 anos, esse perfil de máquinas representava 0,5% do mercado brasileiro e hoje tem uma fatia de 5%, dez vezes maior, porque o produtor percebeu que máquinas maiores e mais potentes entregam mais eficiência do que duas ou três menores.

 

Na fazenda

A Agropecuária Jerusalém, em Água Boa (MT), produtora de soja, milho, algodão, sorgo e pecuária de corte, foi um dos palcos do teste do novo Magnum. Felipe Zmijevski, agrônomo e responsável técnico pela gestão das duas fazendas do grupo, diz que, mesmo estando muito familiarizado com as tecnologias de agricultura de precisão de tratores até maiores, se surpreendeu com a performance do equipamento, especialmente com a conectividade.

Nos primeiros testes, durante o plantio dos 3.400 hectares de soja no ano passado, foi feita apenas a validação do software.

“Nossos operadores ficaram disputando a máquina, que tem comandos intuitivos, muito conforto na cabine e visibilidade. Disseram que era mais fácil de dirigir do que os tratores que eles conheciam há cinco anos. Além disso, o sinal de GPS mostrou um desempenho melhor do que o de tratores nossos que têm menos de dois anos, garantindo uma manobra ainda mais precisa.”

Mas, a melhor surpresa, diz Zmijevski, veio na safrinha de milho, quando passaram a testar também a conectividade do trator.

“Temos fibra óptica nas fazendas e estamos bem perto da cidade, mas o sinal de internet só chega nos pontos mais altos. Nesses talhões, a transmissão dos dados ocorreu em tempo real. Não precisei usar pendrive nem me deslocar até o trator para mudar o mapa de plantio ou orientar o operador. Acessei tudo à distância, do escritório”, diz o agrônomo, destacando a maior eficiência operacional do novo equipamento e a interface com a concessionária, na comparação com os tratores da propriedade.

Ele conta que, com as versões anteriores, muitas vezes teve que se deslocar entre as fazendas, distantes 18 quilômetros, para ajudar o operador a mudar de talhão ou simplesmente para dar três cliques e a máquina voltar a operar. “Meu sonho de consumo agora é ter essa tecnologia de conexão em todos os nossos tratores.” O grupo tem outros modelos maiores, incluindo os Steiger, também da Case IH.

Outra vantagem destacada por Zmijevski foi poder acompanhar “ao vivo” o desempenho do operador. O novo Magnum permitiu que ele soubesse à distância se o funcionário estava seguindo a velocidade pré-determinada de plantio e se estava no modo automático para economizar combustível.

“É uma economia de tempo muito grande. Com os nossos tratores, já ocorreu de eu só conseguir apontar um mês depois para o operador o que ele estava fazendo errado na condução da máquina porque só pude comparar os mapas após o plantio. Com o novo Magnum, dá para corrigir a operação na mesma hora, lembrando que é no plantio que se identificam os maiores gargalos da produção.”

Novos tratores de alta potência Magnum AFS Connect, fabricados pela Case IH e voltados para os médios e grandes produtores (Foto: CaseIH/Divulgação)
Primeiras unidades do Magnum AFS Connect estão sendo entregues neste mês e, em 2021, a carteira de pedidos já está fechada (Foto: CaseIH/Divulgação)

Carteira fechada

Segundo a montadora, as primeiras unidades do Magnum AFS Connect estão sendo entregues neste mês e, neste ano, a carteira de pedidos já está fechada. Cerca de 35% a 40% das peças são importadas, o que submete à fábrica ao estresse na cadeia de suprimentos que atinge todo o setor e provoca atrasos nas entregas.

A empresa não revela quantas unidades já foram vendidas nem o preço do equipamento, mas diz que a meta futura é chegar ao pico de 500 unidades comercializadas por ano, repetindo o desempenho da versão anterior.

Na Tracan, concessionária Case IH que atende as regiões de Ribeirão Preto, Araçatuba, Barretos, Franca e Triângulo Mineiro, já foram encomendados por volta de 40 novos Magnum. “O preço de cada trator nas lojas depende muito da faixa de potência, mas gira em torno de uma média de R$ 1,48 milhão”, diz o concessionário Artur Monassi.

Novos lançamentos

A Case IH projeta mais dois grandes lançamentos para o segundo semestre: os novos tratores Steiger importados de 420 a 620 cavalos, que também terão acesso remoto, e a colhedora de cana 9000, que terá ganhos de performance em relação ao modelo 8810.

Algumas unidades das duas máquinas estão em testes no campo. Em cinco anos, os Steiger passaram de 5 a 10 unidades comercializadas no país para cerca de 150, segundo o diretor Campos.

Fonte: https://revistagloborural.globo.com/